A Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF visa mensurar as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias e possibilita traçar um perfil das condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos domésticos. Além das informações referentes à estrutura orçamentária, várias características associadas às despesas e rendimentos dos domicílios e famílias são investigadas, viabilizando o desenvolvimento de estudos sobre a composição dos gastos das famílias segundo as classes de rendimentos, as disparidades regionais e nas áreas urbanas e rurais, a extensão do endividamento familiar, bem como gerar bases de dados e estudos sobre o perfil nutricional da população, entre outros.
Assim, a Pesquisa de Orçamentos Familiares que possui múltiplas aplicações, contribui, por exemplo, para subsidiar o estabelecimento de prioridades na área social com vistas à melhoria da qualidade de vida da população, incluídas as políticas públicas temáticas nos campos da nutrição, orientação alimentar e de produção e distribuição de alimentos, saúde, entre outras, em que são particularmente úteis as quantidades adquiridas de alimentos para consumo no domicílio.
Esta é a sexta pesquisa realizada pelo IBGE sobre orçamentos familiares. As anteriores foram o Estudo Nacional de Despesa Familiar – ENDEF 1974-1975, com âmbito territorial nacional, à exceção da área rural da Região Norte e parte do Centro-Oeste; a Pesquisa de Orçamentos Familiares 1987-1988; a Pesquisa de Orçamentos Familiares 1995-1996, sendo essas duas últimas concebidas para atender, prioritariamente, a atualização das estruturas de consumo dos índices de preços ao consumidor produzidos pelo IBGE, sendo realizadas nas Regiões Metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, no Município de Goiânia e no Distrito Federal; a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003; e por última a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 de âmbito territorial nacional.
A exemplo das pesquisas anteriores, a POF 2017-2018 teve o desenho da amostra estruturado de tal modo que propicia a publicação de resultados para o Brasil, Grandes Regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e também por situação urbana e rural. Para as Unidades da Federação, os resultados contemplam o total e a situação urbana. Nas nove regiões metropolitanas e nas capitais das Unidades da Federação os resultados correspondem à situação urbana (dados por região metropolitana e capitais das Unidades da Federação não estão disponíveis neste momento no SIDRA).
Cabe ainda, nessas considerações iniciais, esclarecer sobre a adoção do termo "família" nas publicações de resultados da POF. A POF é uma pesquisa realizada por amostragem, na qual são investigados os domicílios particulares permanentes. No domicílio, por sua vez, é identificada a unidade básica da pesquisa - unidade de consumo - que compreende um único morador ou conjunto de moradores que compartilham da mesma fonte de alimentação ou compartilham as despesas com moradia. É importante ressaltar que esta definição segue as recomendações e práticas internacionais referentes a pesquisas similares.
No ENDEF e nas POFs, para efeito de divulgação de resultados, o termo "família" tem sido utilizado para representar o conceito unidade de consumo. O conceito "família" no IBGE, também atendendo às recomendações internacionais, e especificamente adotado no Censo Demográfico e demais pesquisas domiciliares, refere-se às pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, sem referência explícita ao consumo ou despesas. Entretanto, na maior parte das situações, a unidade de consumo da POF coincide com a "família", segundo o conceito adotado no IBGE.